A Comissão Especial responsável pela análise da proposta de Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados retomou, nesta quarta-feira (15), a reunião deliberativa que trata da matéria.

Desde esta terça, o grupo debate o relatório apresentado por Arthur Maia (DEM/BA) que anunciou estar em tratativas com diversos parlamentares e que novas alterações serão apresentadas ao relatório.

Entre os pontos mais criticados pela oposição estão a ampliação de contratos temporários; os instrumentos de cooperação com a iniciativa privada; a possibilidade de reduzir em 25% a jornada e o salário de servidores públicos; e a demissão de ocupantes de cargos obsoletos. Os deputados da oposição também querem mudar o texto para dar mais garantias de que os servidores atuais não perderão direitos adquiridos.

O deputado Fábio Trad (PSD/MS) lamentou que, apesar de a estabilidade ter sido mantida pelo relator, a possibilidade de contratação de temporários por até dez anos vai desestimular os concursos públicos. "Sem as garantias do servidor concursado, o temporário não vai atuar da mesma forma. Estará em situação de precariedade e poderá ser demitido arbitrariamente", teme.

Especificamente aos Oficiais de Justiça, o substitutivo inclui a categoria entre as carreiras de Estado. No entanto, coloca em risco direitos adquiridos como verbas indenizatórias do auxílio-alimentação e Indenização de Transporte.

As regras para avaliação de desempenho também são combatidas por toda a categoria, além da possibilidade de demissão de servidor público por decisão de órgão judicial colegiado, violando a presunção de inocência.

Sobre a possibilidade de contratação da iniciativa privada, o deputado Rogério Correia (PT/MG) afirmou que os instrumentos de cooperação vão privatizar o serviço público. Ele considera o dispositivo uma tentativa de empresas privadas se apoderarem de recursos da Saúde e Educação. "Não fosse o servidor público e o Sistema Único de Saúde, teríamos mais problemas na pandemia", ponderou. "Se a proposta fosse apresentada ao capeta, não teria como acrescentar mais maldades".

O Sindojus-DF está atento e atua junto aos parlamentares para barrar a aprovação da Reforma Administrativa e a retirada de direitos dos Oficiais de Justiça e de todo o funcionalismo público.

Da assessoria de imprensa, Caroline P. Colombo

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