Foi presa na tarde de sexta-feira (16) a médica Sílvia Helena de Melo, suspeita de ser mandante do homicídio do oficial de justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, 41 anos. Sílvia passou a ser considerada suspeita no desenrolar da investigação da Polícia, que solicitou à Justiça um mandado de prisão temporária. A suposta mentora intelectual do crime é ex-companheira da vítima, com quem tem uma filha de cinco anos de idade. De acordo com o advogado de Jorge, os dois mantinham relação conturbada desde a separação, o que ficou mais difícil após o oficial de justiça ter começado um relacioanamento com nova mulher, com quem teve um bebê recém-nascido.

Jorge Eduardo foi baleado no dia 4 deste mês, quando voltava da casa da ex-companheira, para onde havia levado a filha. Perseguido por um homem armado em uma moto, foi ferido a tiros próximo à Estrada do Arraial, bairro da Tamarineira. A vítima chegou a ser socorrida no Hospital Getúlio Vargas, foi transferida para o Hospital da Restauração e, em seguida, para um hospital particular do Recife. Não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 7.

O advogado da família da vítima falou com exclusividade para o Diario de Pernambuco. O assistente de acusação Marco Aurélio Freire, contratado pela família para assessorar o caso, contou que Jorge Eduardo Lopes e a médica Sílvia Helena não se entendiam, e que ele sofria perseguição da ex-mulher, que chegou a proibi-lo de ver a filha.

No dia do crime, continua o advogado, Jorge utilizou o carro da atual companheira para levar a filha de volta à casa da ex-esposa. Esse procedimento, entretanto, demorou alguns meses para se tornar normal. Isso porque, segundo o jurista, Jorge Eduardo precisou entrar com um pedido de regularização de visita para ter o acesso à filha garantido.

“A relação dela com ele foi muito complicada. Eles se conheceram em 2015. Ele já era oficial de justiça e ela, estudava medicina. No ano seguinte, ela ficou grávida e disse que não pretendia ficar grávida. Chegaram a morar juntos alguns meses, mas ela o colocou para fora de casa. A partir daí, começou a grande disputa. Ela sempre queria mais dinheiro na pensão alimentícia. E impediu ele de ver a criança. Dizia que a filha precisava dela e não queria deixar com ele. Quando ele começou a se relacionar com a atual mulher, foi que ela começou a fazer mais confusão. Chegou a dizer à família que ela não queria ficar em paz com ele e nem queria que ele ficasse bem”, explicou.

Ainda de acordo com o jurista, a suspeita em relação à médica ocorreu ao longo dos depoimentos de testemunhas. O advogado Marco Aurélio Freire conta que teve acesso aos depoimentos, e que muitas testemunhas acreditam na possibilidade de ela ser a mandante por ela sempre manifestar “ódio” pela vítima.

RECLUSÃO

“Ela tentou de todas as formas afastar Eduardo Jorge da filha. Certa vez, ele foi buscar a menina no colégio e deu de cara com a ex, e a mãe dela. Ao questionar o porquê de ela ter ido buscar a criança no dia da visita do pai, ela iniciou uma gritaria. Ele disse que ela precisava se tratar, o que fez piorar a situação. Ela aproveitou o episódio para solicitar medida protetiva, impedido Jorge de se aproximar. Mais à frente, a medida foi derrubada por um juiz, que deu a ele o direito de ver a menina”, continuou.

O advogado acrescentou que, segundo colegas de trabalho, o oficial de justiça era muito respeitado na sua área de atuação e era tido como uma pessoa pacífica e respeitadora. O jurista explica que, caso seja indiciada pela Polícia Civil, a médica Sílvia Helena pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão.

“Se a polícia indiciar ela, e quem atirou ou quem quer seja a pessoa que a polícia apontar, passará pelo crivo do MP, que vai agir no sentido que as pessoas envolvidas sejam punidas nos rigores da lei. Foi um homicídio no mínimo triplamente qualificado: por motivo fútil; mediante pagamento ou promessa de recompensa; traição de emboscada ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa vítima”, disse.

Na tarde da sexta-feira, em cumprimento ao mandado de prisão temporária, Sílvia Helena de Melo foi levada até o Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado que efetuou a prisão, Luiz Alberto, após os procedimentos na unidade policial, ela deve seguir para a Colônia Feminina Penal do Recife – Bom Pastor. O delegado confirmou ao Diario que ela foi presa por suspeita de ser a mandante do crime. O policial, no entanto, não divulgou detalhes da investigação. Ele adiantou que tudo será explicado no início da semana, durante coletiva à imprensa da Polícia Civil.

Fonte: Diário de Pernambuco

0 comentários:

Postar um comentário

UniOficiais: Filie-se. sindojusdf@gmail.com

 
Top